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domingo, 27 de maio de 2012

Aulas online de graça nas melhores universidades do mundo


A iniciativa, chamada OpenCourseWare, já contagiou Harvard, Yale, Princeton, Stanford e mais de 200 universidades espalhadas por todos os continentes
As melhores universidades do mundoestão abrindo suas salas de aula para que estudantes de todo planeta possam usufruir de suas aulas gratuitamente e a qualquer hora pela internet. Espalhados por todos os continentes, universidades e alunos se encontram para trazer acesso à educação de qualidade. HarvardYalePrinceton,StanfordMITColumbiaBerkeley… A lista é longa e promete aumentar cada vez mais. No Brasil, a FGV e a Unicamp são os destaques entre as que aderiram à ideia.
Reunindo as universidades de Princeton, Michigan, Pennsylvania e Stanford, a plataforma Coursera foi lançada esse ano e desenvolvida pelos professores Andrew Ng e Daphne Koller, do Departamento de Ciências da Computação da Universidade de Stanford. “Eles viram o desejo e necessidade de educação de qualidade – e acessível – que poderia capacitar as pessoas para mudarem suas vidas, a vida de suas famílias e das comunidades em que viviam”, disse uma porta-voz do Coursera ao Universia Brasil.
Atualmente, o Coursera possui mais de 1 milhão de inscrições e oferece cursos nas áreas de humanas, economia, matemática, medicina, biologia, ciências sociais e ciências da computação. As aulas possuem datas específicas de início e além dos conteúdos passados, também oferecem materiais de leitura, exercícios e atividades para entrega.
Não é possível obter certificados, mas os usuários podem receber uma declaração de participação dos cursos. A decisão cabe aos professores e suas respectivas universidades, variando de curso para curso. Os organizadores da plataforma dizem que “nossas aulas são desenvolvidas para ajudar as pessoas a adquirir habilidades específicas, o que muitos empregadores podem achar valioso”. Incluir os cursos no currículo é possível, “o fato de que você separou tempo para a educação pessoal mostra uma atitude positiva em relação ao estudo, o que é sempre um ponto a mais”, eles completam.
Lançado cerca de um mês depois do Coursera, o edX é resultado da parceria entre a Universidade de Harvard e o MIT. A plataforma promete “revolucionar a educação como a conhecemos atualmente”, conforme disse Anant Agarwal, diretor do Departamento de Ciências da Computação do MIT. Os cursos ficarão disponíveis a partir de setembro. “Nosso objetivo é educar 1 bilhão de pessoas ao redor do mundo” diz o diretor.
Os propósitos da plataforma vão além dos conteúdos educacionais de qualidade. As universidades planejam utilizá-la conjuntamente para estudar como os estudantes aprendem e como as tecnologias podem facilitar efetivamente o ensino, tanto online como presencialmente. O presidente de Harvard, Drew Faust disse recentemente que, “Harvard e o MIT usarão essas novas tecnologias e a pesquisa que será feita para levar o aprendizado online a um caminho que beneficia estudantes, nossos colegas e pessoas por todo o globo”.
No Brasil, a plataforma Veduca é o grande destaque. Lançada há dois meses pelo engenheiro Carlos Souza, ela disponibiliza gratuitamente vídeos-aula em português de mais de 11 universidades, entre elas Berkeley, Columbia, Harvard, MIT, Priceton, Stanford e Yale. São mais de 4.700 aulas, distribuídas em 212 cursos.
O engenheiro, formado pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), conta como teve a ideia para a plataforma. “Encontrei o movimento do OpenCourseWare durante uma viagem de estudos e pesquisa de modelos de negócio.” Inaugurado há apenas dois meses, o Veduca já tem mais de 250 mil visitantes. A meta é que, até o fim do ano, a plataforma atinja a marca de 1 milhão de visitas mensais.
O site conta com alguns diferenciais interessantes. Além de disponibilizar os vídeos, ele relaciona o conteúdo das aulas com notícias recentes. Por exemplo, o curso de Teoria Financeira de Yale é acompanhado por notícias sobre a taxa de juros nacional.
Outra ferramenta é o que Souza chama de “busca na fala”. Segundo o engenheiro, essa aplicação seria inédita. Quando o internauta digitar uma palavra no campo de busca, além de disponibilizar as aulas relacionadas, a ferramenta coloca o vídeo exatamente no momento em que o professor está falando sobre ela. A plataforma também funciona a partir da legenda colaborativa. Ou seja, todos os usuários podem ajudar no processo de colocação de legendas nos vídeos, que passam mais tarde pela avaliação dos revisores do site.
O movimento de compartilhamento livre de conteúdos acadêmicos, chamado de OpenCourseWare (OCW) , começou há 10 anos, em outubro de 2002, quando o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) lançou o MIT OpenCourseWare para disponibilizar online e sem custos seus materiais educacionais de graduação e pós-graduação. Atualmente, a iniciativa já contagiou centenas de universidades espalhadas por todos os continentes, em mais de 45 países.
No Brasil, a Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), a Universidade de Sorocaba (UNISO), a Universidade Federal Rural de Pernambuco, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) e a ESAGS fazem parte doOpenCourseWare Consortium, uma comunidade mundial que reúne mais de 200 universidades adeptas ao movimento OCW. Além destas, a Universidade de Estadual de Campinas ( UNICAMP), também possuí um espaço OpenCourse, onde disponibiliza cursos online e gratuitos.
Outras plataformas disponíveis para o aprendizado online são a Academic Earth, com diversos vídeos-aula distribuídos em 25 áreas diferentes, que vão da arquitetura a medicina, ministrados nas 33 melhores universidades norte-americanas e a OpenAcademy, com mais de 6 mil aulas de 241 cursos nas áreas de ciência, matemática, engenharia, direito, artes, medicina, ciências sociais e humanidades.
Com tantas oportunidades ao alcance de um clique, quem não vai querer aproveitar? Mesmo que você tenha saído das salas de aula há anos, não há como ignorar os conhecimentos disponíveis e a qualidade das aulas oferecidas. Crianças, jovens, estudantes, profissionais e aposentados: todos podem ter acesso à educação de qualidade e sem custo a qualquer hora. Se você não possui um computador ou acesso à internet em casa, converse com sua escola para que ela apóie você e ajude-o a achar a melhor solução. Mas, muita atenção: não importa quão qualificados sejam os professores ou famosas as universidades, será seu esforço e dedicação que irão validar essas iniciativas.  Aproveite e boa aula!
Fonte: Universia

segunda-feira, 26 de março de 2012

EAD sem fronteiras: é possível encontrar cursos de primeira linha - e grátis- na internet


EAD sem fronteiras: é possível encontrar cursos de primeira linha  - e grátis- na internet 

Luciana Alvarez -  Do UOL, em São Paulo

 
Há dez anos, o MIT (Massachusetts Institute of Technology), uma das mais respeitadas instituições de ensino superior dos Estados Unidos, decidiu publicar gratuitamente na internet o conteúdo de seus cursos. A iniciativa inspirou outras universidades a fazer o mesmo. Hoje, o consórcio OCW (OpenCourseWare) reúne instituições de ensino superior de 46 países, com conteúdo em 18 idiomas diferentes. Em português, é possível encontrar cursos como “Introdução à Administração Estratégica” e “Intermediação em Investimentos Financeiros”.
“Quem está interessado em um assunto mas não tem como objetivo tornar-se oficialmente um especialista –ou seja, não precisa de certificado– encontra um material de altíssimo nível para aprender”, afirma a consultora em educação Marta Maia, professora da FGV (Fundação Getulio Vargas). A FGV, a Unisul (Universidade do Sul da Santa Catarina), a Federal Rural de Pernambuco e a Universidade de Sorocaba são as opções brasileiras no consórcio.Ao longo da última década, a plataforma foi acessada por mais de 100 milhões de usuários. Entre as 202 universidades que fazem parte da rede estão MIT, John Hopkins, Universidade da Califórnia, Universidade de Michigan, Instituto Tecnológico de Tóquio, Fundação Getulio Vargas, Universidade Politécnica de Madri e Paris Tech. Há ainda universidades que não fazem parte do grupo, mas disponibilizam suas aulas gratuitamente na internet (leia mais ao lado).
Ainda que iniciativas como essa estejam transformando a educação pelo mundo, o formato no qual se tem acesso apenas ao conteúdo de um curso não pode ser considerado EAD pela legislação brasileira. Isso porque, mesmo que o material seja estudado rigorosamente, não há discussões com professores e colegas, atividades em laboratório, tutoria, prazos, exames presenciais e, sobretudo, não há diplomas.

PARA ASSISTIR A CURSOS EM UNIVERSIDADES DO EXTERIOR

Além da OCW, outras instituições renomadas disponibilizam suas aulas na internet
Para José Manuel Moran, professor de novas tecnologias da USP (Universidade de São Paulo) e diretor de ensino a distância (EAD) da Universidade Anhanguera-Uniderp, esses conteúdos só podem ser classificados como EAD sob um ponto de vista mais amplo do termo. “Sempre que se aprende algo por meio eletrônico há uma forma de ensino a distância. Hoje existe uma variedade incrível de oportunidades”, afirma. Mas, assinala, o estudo independente enfrenta resistência no Brasil. “O público brasileiro tem apresentado a necessidade de um ensino a distância mais monitorado”, diz ele.
Segundo Marta Maia, da FGV, os conteúdos abertos estão presentes no ensino oficial do Brasil de forma complementar aos cursos. “É uma oportunidade ótima. Nenhum professor deve deixar de buscar no OCW material que complemente o seu”, aconselha. “Mas, em geral, é para isso que serve: como um complemento. Como não há professor, não tem quem provoque, estruture o projeto pedagógico e trace a rota, apontando onde os estudantes devem chegar”, completa a professora.
Para atender à demanda de alunos que desejam ter um certificado que ateste o conteúdo aprendido nas aulas a distância, o MIT anunciou, em dezembro, que terá, pela primeira vez, uma plataforma com fóruns de discussão entre estudantes, acesso a laboratórios on-line e certificados para quem comprovar em exame ter aprendido os conteúdos das aulas virtuais.
O sistema, batizado de MITx, continuará gratuito. Uma taxa, ainda a ser definida, será cobrada de quem quiser fazer o exame para o certificado. Segundo informou o reitor da instituição, Rafael Reif, durante entrevista coletiva no lançamento do projeto, o MITx entrará no ar ainda este semestre, com um ou dois cursos. Mas a ideia é que ele atinja a dimensão do OCW.



Curso a distância exige mais dedicação que educação presencial, dizem alunos


Luciana Alvarez - do UOL, em São Paulo
Para incentivar o estudo, cursos a distância exigem dos alunos mais exercícios e produção de textos
Para incentivar o estudo, cursos a distância exigem dos alunos mais exercícios e produção de textos



Para muita gente, curso a distância é sinônimo de diploma fácil, rápido e sem grandes exigências. Para a bancária Fabiana Pessôa, 31, também era assim. Até que ela começou, em 2006, a cursar as aulas da graduação em administração a distância na UnB (Universidade de Brasília), um projeto piloto de uma das principais universidades públicas do país.

“Na época, eu já cursava direito, na modalidade presencial, e estava indecisa. Quando soube do projeto da UnB, não tive dúvidas. Pensava que seria uma 'mamata', mas tive que me dedicar bastante”, afirma Pessôa, que hoje exibe os dois diplomas universitários na parede. O de administração veio no fim do ano passado, depois de cinco anos de aulas.
Arquivo pessoal
Fabiana Pessôa, que estudou administração a distância na UnB
Em princípio, a vantagem do ensino a distância (EAD) para Pessôa era ganhar tempo ao não precisar se deslocar diariamente até a UnB – e ainda poder usar a hora do almoço para estudar. Ela percebeu, porém, que, além de economizar algumas horas do dia, a modalidade exigia um nível de dedicação maior do que a versão presencial. “Eu tinha material para ler e atividades para entregar todos os dias da semana”, conta. “Acho que me dediquei mais ao curso a distância do que ao presencial”, diz a bancária, que afirma ter mais facilidade para estudar sozinha do que em sala de aula, com mais gente.

Quebrando o mito de que os cursos a distância são mais fáceis do que os presenciais, um estudo feito em 2007 pelo Inep (órgão de avaliação e pesquisa do MEC) com base nos resultados do Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes, que avalia o ensino superior) apontou que os alunos de cursos a distância estavam melhor preparados. Em sete das 13 áreas onde a comparação entre as modalidades foi possível, universitários que estudavam a distância tiveram desempenho superior aos demais.
Para Pessôa, o curso de administração a distância não foi fácil. "Tenho colegas que não ainda se formaram porque reprovaram em algumas disciplinas", diz. Apesar da dedicação ao curso, ela teve de recorrer a aulas presenciais de reforço aos sábados para vencer um dos conteúdos. “Matemática financeira era meu ponto fraco”, conta.  Hoje, a bancária diz sentir-se bem preparada como administradora e acredita que o diploma vai ajudá-la na ascensão profissional. 

Quinta tentativa
Em dois meses, Luiz Ricardo Freitas, 34, terá em mãos seu desejado diploma de administração. Bem-sucedida, esta foi a quinta tentativa de Freitas de se formar na área –ele já havia começado quatro cursos presenciais antes de se matricular em administração a distância na Unopar (Universidade do Norte do Paraná), instituição particular de ensino.
Para poder crescer na carreira administrativa dentro de um grande banco, ele frequentemente aceitava transferências, interrompendo a faculdade. Quando foi nomeado para Ibotirama, cidade baiana de pouco mais de 25 mil habitantes, Freitas pensou que teria de enterrar a vontade de terminar a faculdade. “Pensava que não teria oportunidade de estudar em uma cidade tão pequena”, conta. Um polo de EAD na região, porém, fez com que ele decidisse apostar na modalidade. “Pensei: tem só uma aula por semana, é tranquilo”, lembra.
Quando começaram as aulas, foi um susto. Na cidade pacata, Freitas teve de imprimir um ritmo intenso de estudos. “O curso tinha uma bibliografia extensa, atividades diárias e muita produção de textos. Percebi que essa modalidade exige mais do aluno”, diz ele, que hoje, mesmo sem ter terminado o curso, já vê o resultado do esforço: “Passei em sete provas de certificação interna do banco”, diz. 
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Arquivo pessoal 
Luiz Ricardo Freitas, que cursou faculdade a partir de uma pequena cidade no interior da Bahia

Freitas, do alto de sua experiência com cinco cursos diferentes, é categórico: a modalidade a distância permite que o aluno aprenda mais do que nos cursos presenciais. “Antes, eu chegava da faculdade cansado e ia dormir. Então, o que professor falava é o que valia, eu era muito dependente”, afirma. Ele vivenciou ainda outras duas vantagens no EAD: ao ser transferido novamente, não precisou interromper o curso – apenas mudou de polo, mantendo a grade curricular e os professores –, e passou a estudar na hora que queria. “Pude dar mais atenção a minha família. Chegava do trabalho e brincava com as minhas filhas. Depois que elas iam dormir, eu estudava.”

Aulas pela TV
Para Fernanda Gonzalez Saback, 27, não foi a falta de opções de cursos na região que a fez buscar o ensino a distância. Em 2007, Saback morava em Lauro de Freitas, cidade da região metropolitana de Salvador, e estudava para prestar concursos na área jurídica. Para poupar tempo no trânsito –e poder estudar ainda mais-, fez as contas. “Levaria uma hora de carro só para chegar ao curso. Para quem está estudando firme, perder duas horas por dia com deslocamento é tempo demais”, diz.
Por isso, Saback preferiu fazer o curso preparatório em modo “telepresencial”, na rede privada de ensino LFG. Nesse modelo, um professor em outro lugar do Brasil dá uma aula expositiva, transmitida em tempo real para várias unidades da LFG em todo o Brasil, incluindo a de Lauro de Freitas. “Fiz dois cursos nesse sistema. Foram ótimos”, afirma.
Além de facilitar seu deslocamento, ela diz ter gostado da parte didática. “A aula rende mais porque não há interrupção. O professor passa o conteúdo durante quatro horas e responde dúvidas enviadas por email apenas no final da aula”, conta ela, que reforçou o nível de concentração durante o curso. Para Saback, a dedicação às aulas deu frutos: ela foi aprovada em um concurso para a Advocacia Geral da União, cargo para o qual foi convocada em dezembro de 2010.  



quarta-feira, 21 de março de 2012

Educação à distância transforma a vida de milhares de pessoas no Brasil




Até faculdades de medicina adotam essa modalidade. Veja as vantagens e os desafios que a tecnologia oferece na reportagem de Neide Duarte.

Corrupção se combate com cadeia, fiscalizando e denunciando. E muito importante: com educação também. O Brasil registra um fenômeno que merece aplausos e comemoração: o sucesso do ensino à distância. Esse tipo de ensino está mudando a vida de milhões de brasileiros, principalmente de quem não tem horário para estudar ou que mora em lugares distantes.
No ano passado, foram credenciados 208 cursos à distância no país. Até as faculdades de medicina têm adotado essa modalidade. Mas é preciso ter disciplina para acompanhar as aulas.
O técnico em agropecuária Cássio Bueno acaba de passar no vestibular. Ele mora em São Paulo, mas vai fazer faculdade de gestão em agronegócios, em Maringá, no estado do Paraná. “Posso falar que em um raio de 350 quilômetros longe da capital, eu consigo em qualquer pastagem ou no meio de uma plantação em determinado horário destinar esse período para estudo”, conta Cássio.
Todos os dias Ricardo Holtz, que é presidente da Associação Brasileira de Estudantes de Educação à Distância (Abed), estudava pela internet, em casa ou no trabalho. Uma vez por semana tinha uma aula presencial em São Paulo.
“A gente tinha um telão na sala de aula ao vivo com o professor, inclusive com a possibilidade de interagir com esse professor em Curitiba. A gente enviava algumas perguntas por meio de um 0800, as perguntas eram pré-selecionadas e ele respondia ao vivo tirando as nossas duvidas“, lembra Ricardo.
A secretária Sônia Luiza Martins faz o curso de gestão pública pela Faculdade de Tecnologia de Curitiba no escritório onde trabalha, depois do expediente ou em algum momento de folga. Ela sabe que estudar à distância não é para qualquer tipo de aluno.
“Minha formação vai depender 100% de mim. Se eu não for disciplinada e organizada, eu não vou me sair bem nas provas e automaticamente não vou ser um bom profissional. Então, procuro ser bem disciplinada e organizada”, afirma Sônia.
Pelo menos um milhão de alunos estão matriculados em cursos autorizados pelo Ministério da Educação, e mais de um 1,5 milhão estão em cursos livres.
“Se eu sinto falta de um determinado conteúdo, eu vou à biblioteca estudar e aprofundar aquele assunto da aula. A gente acaba sendo autodidata. Essa questão de você perder ou ganhar conteúdo isso depende de cada aluno”, disse um estudante em Fortaleza.
“Ninguém vai poder manter sua posição no mercado de trabalho sem fazer um curso de atualização pelo menos uma vez por ano. E sair do trabalho para ficar duas semanas assistindo a um curso ninguém pode fazer. A empresa não vai soltar a pessoa para isso. Então, educação à distancia é a solução para isso”, argumenta Fredric Litto, professor titular de Comunicação da USP e presidente da Associação Brasileira de Educação à Distância (Abed).
E a qualidade? Cursar uma faculdade à distância não pode ser pior do que frequentar um curso presencial? Quem responde é o cirurgião e professor livre docente de cirurgia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), João Luiz Azevedo. Ele mostra uma aula para os terceiranistas de medicina. A aula é obrigatória e deve ser feita pelo computador. O aluno, com o mouse, procura o lugar certo para penetrar com uma agulha no abdômen do paciente.
“Tudo isso é registrado: o número de erros, quantas vezes ele acessou, o tempo de cada acesso. Tudo isso é registrado e faz com que a gente possa elaborar uma avaliação do interesse e da proficiência daquele aluno”, explica o professor. “Você pode ensinar aos alunos como fazer uma punção em casa. Ele aprende os princípios básicos, intelectuais e teóricos do procedimento. Na execução, ele se dará tão bem quanto aqueles que foram ensinados presencialmente a esse aprendizado teórico de um procedimento prático que ele fará”.
Apesar de os cursos universitários à distância terem sido aprovados pelo MEC em 2002, só agora, em outubro de 2010, a Universidade de São Paulo (USP) abriu o seu primeiro programa de formação à distância: licenciatura em Ciências. “A ideia básica é contribuir para aumentar o número de professores bem formados pelas universidades estaduais”, diz a pró-reitora de graduação da USP, Telma Tenório.
“Sem dúvida alguma, a educação à distância mudou minha vida, e tenho certeza que pode mudar a vida de muitos outros brasileiros como eu, que por um motivo ou por outro não conseguiram ingressar no Ensino Superior ou por falta de tempo ou por falta de recursos financeiros”, conta Ricardo Holz.
“Para atender os milhões, de 6 milhões a 30 milhões de estudantes, educação à distância gratuita. Um país de 200 milhões de pessoas, é meio vergonhoso que só tenha seis milhões matriculados no Ensino Superior”, aponta Fredric Litto, presidente da Abed.
O último levantamento do setor, feito em 2009, mostrou que no Brasil já existiam quase 2,8 mil cursos de ensino à distância, entre profissionalizantes, de graduação, pós-graduação e extensão.
De acordo com o Ministério da Educação, a região com o maior número de escolas públicas que solicitaram o registro de cursos à distância foi o Nordeste. Foram 31 no ano passado.

Bom Dia Brasil- Edição do dia 11/02/2011

quarta-feira, 14 de março de 2012

BIBLIOTECA PÚBLICA VIRTUAL DO MEC

http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.jsp



O "Portal Domínio Público", lançado em novembro de 2004 (com um acervo inicial de 500 obras), propõe o compartilhamento de conhecimentos de forma equânime, colocando à disposição de todos os usuários da rede mundial de computadores - Internet - uma biblioteca virtual que deverá se constituir em referência para professores, alunos, pesquisadores e para a população em geral.
Este portal constitui-se em um ambiente virtual que permite a coleta, a integração, a preservação e o compartilhamento de conhecimentos, sendo seu principal objetivo o de promover o amplo acesso às obras literárias, artísticas e científicas (na forma de textos, sons, imagens e vídeos), já em domínio público ou que tenham a sua divulgação devidamente autorizada, que constituem o patrimônio cultural brasileiro e universal.
Desta forma, também pretende contribuir para o desenvolvimento da educação e da cultura, assim como, possa aprimorar a construção da consciência social, da cidadania e da democracia no Brasil.
Adicionalmente, o "Portal Domínio Público", ao disponibilizar informações e conhecimentos de forma livre e gratuita, busca incentivar o aprendizado, a inovação e a cooperação entre os geradores de conteúdo e seus usuários, ao mesmo tempo em que também pretende induzir uma ampla discussão sobre as legislações relacionadas aos direitos autorais - de modo que a "preservação de certos direitos incentive outros usos" -, e haja uma adequação aos novos paradigmas de mudança tecnológica, da produção e do uso de conhecimentos.
FERNANDO HADDAD
Ministro de Estado da Educação
 
 
 


                
            

 
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Pesquisa por Nome do Autor


 
 
 
 


Universidade virtual quer autonomia


 
A Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp) deixará de ser um programa para efetivamente virar instituição de ensino. O governo do Estado está finalizando projeto de lei que cria a nova universidade, para acelerar a formação de professores e ampliar a oferta de cursos de graduação a distância. A proposta deve seguir até junho para a Assembleia Legislativa, onde o governo tem maioria.
Segundo o coordenador da Univesp, Carlos Vogt, a ideia é montar uma estrutura enxuta, com quadro permanente de 40 professores, dos quais 35 doutores e 5 titulares. E um corpo de funcionários técnicos e administrativos de “no máximo” 95 pessoas – neste grupo estão incluídos os tutores, responsáveis por acompanhar os alunos no desenvolvimento das atividades.
A equipe ganhará reforços de acordo com a necessidade de preparar cursos e disciplinas. “Contrataremos (professores) por tempo determinado, para cumprir essas tarefas”, afirmou Vogt ao Estadão.edu. Os cursos seguirão o modelo atual, com aulas a distância e encontros presenciais pelo menos uma vez por semana.
Depois de criada, a Univesp precisará ser credenciada pelo Conselho Estadual de Educação e pelo MEC, para emitir diplomas. O processo pode demorar entre um e dois anos.
Para Vogt, a autonomia permitirá a realização de pesquisas para detectar demandas por novos cursos. “É uma maneira de nós irmos ao encontro da própria cultura da juventude alfabetizada digitalmente.”
Greve
O programa Univesp foi lançado em 2008 como um consórcio entre as três universidades estaduais paulistas (USP, Unesp e Unicamp) em parceria com o Centro Paula Souza e a Fundação Padre Anchieta. A ideia era oferecer cursos de graduação, pós e de educação continuada.
Na época, o projeto entrou na pauta da greve de professores e servidores. Eles veem na iniciativa o esvaziamento da autonomia universitária e o comprometimento da excelência do ensino superior público.
Atualmente, a Univesp tem turmas de duas licenciaturas (em Ciências, em parceria com a USP; e em Pedagogia, com a Unesp) e de duas especializações (em Ética, Valores e Saúde na Escola; e em Ética, Valores e Cidadania na Escola, ambas em convênio com a USP). Também já ofereceu cursos de inglês e espanhol, com 8 meses de duração, a alunos das escolas técnicas e faculdades de tecnologia do Estado (Etecs e Fatecs).
Os cursos de graduação e pós são semipresenciais, ou seja, têm atividades online e encontros presenciais (que somam de 35% a 60% da carga horária total). Os alunos também assistem a programas produzidos pela Fundação Padre Anchieta e veiculados no canal digital 2.2, da TV Cultura. A seleção dos estudantes é feita pelas universidades, que formulam o conteúdo das disciplinas e emitem os diplomas.
Estão em fase final de preparação um curso tecnológico em Processos Gerenciais, em parceria com o Centro Paula Souza, e uma especialização em Formação de Professores de Língua Brasileira de Sinais (Libras), em conjunto com a Unicamp.
No País, diz Vogt, o aumento da procura por cursos a distância de formação de professores está ligado à diminuição dessa demanda nas graduações presenciais. “O cidadão quer o diploma, então o Estado precisa oferecer a alternativa do ensino a distância gratuito e de qualidade.”
Qualidade
Para o presidente da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), Frederic Litto, existe uma “atitude elitista” quando servidores e alunos universitários questionam a Univesp. “Em vez de dizer ‘Sim, nós queremos mais paulistas em todo o Estado participando dos cursos’, eles dizem ‘Não, educação a distância não tem qualidade’. Que absurdo! Que comportamento antidemocrático” critica.
Bacharel em Geografia pela USP, o professor Rubens Odilon Oliveira Filho, de 32 anos, está fazendo o curso de Pedagogia do programa Univesp. “Todo curso tem problema. Este tem, o da USP também tinha”, diz. Ele voltou a estudar em busca de melhorar a prática de sala de aula e de novas oportunidades profissionais – quer trabalhar com gestão escolar. “O material é de qualidade, os orientadores se preocupam com os alunos e minhas perguntas não ficam sem resposta.”
O professor Celso Nobuo Kawano Junior, de 25, é aluno da outra licenciatura da Univesp, a de Ciências. Ele se formou em Biologia, em 2007, numa faculdade particular, e foi efetivado no ano passado como professor da rede estadual de ensino. “Biologia me deu formação específica numa área. Com a licenciatura, vou expandir as possibilidades de carreira”, conta Celso, que está no 3.º módulo do curso da USP. “O primeiro módulo foi bem puxado. Estudava de seis a oito horas por dia, e ainda tinha aula presencial todo sábado.” O professor diz que olhava a educação a distância com desconfiança antes de ser aluno. “Agora posso dizer que o nível de exigência, a qualidade dos profissionais, a competência, são no mínimo as mesmas.”
Marcelo Ishii, de 26 anos, mora em São José dos Campos, mas tem aulas presenciais da licenciatura em Ciências junto com Celso Kawano, no polo de São Paulo. Professor de física e matemática em escolas particulares, Marcelo quis fazer um novo curso superior para “pegar ritmo” e, depois, tentar o mestrado. “Já tentei fazer um curso presencial aqui mesmo, em São José, mas a obrigatoriedade de ir todo dia à noite para a faculdade, trabalhando o resto do dia, deixava as coisas complicadas”, afirma. Ele estuda pelo menos duas horas por dia na Univesp. “Tenho que organizar o horário certinho, senão eu me perco.”
Fonte: estadao.com.br